quinta-feira, 11 de setembro de 2008

TI estimula avanço da saúde

por Gazeta Mercantil (Pedro Costa)

05/09/2008

Confira entrevista de Beny Rubinstein, consultor da Microsoft para a saúde, sobre o avanço da TI para a gestão do setor de Saúde.


Nos Estados Unidos e em todo o mundo, a administração dos sistemas de saúde está se tornando uma batata quente nas mãos de governos, seguradoras, hospitais, planos de saúde e pacientes.

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Os custos aumentam, o índice de longevidade das pessoas bate recorde e nunca tanta gente esteve fora de qualquer proteção do setor. Beny Rubinstein, um carioca de 35 anos e com MBA (mestrado em Administração) pela Wharton School, da Universidade da Pensilvânia, pesquisa na sede da Microsoft sistemas de saúde de diversos países para ajudar seus colegas a aprimorarem a tecnologia da empresa para o segmento, o Microsoft HealthVault, uma plataforma para o usuário coletar, armazenar e compartilhar informações sobre sua saúde on-line, em tempo real.

Com sistemas como esse e de concorrentes, espera-se que o ecossistema de saúde evolua, como aconteceu com o setor de turismo (passagens e reservas on-line) ou de investimentos (compra de ações via internet), estimulando a concorrência e diminuindo consideravelmente o custo da saúde - ou pelo menos para um nível que possa ser bancado pela maioria das pessoas.

Gazeta Mercantil - Por que a saúde deixou de ser cara para se tornar impagável?
Há várias ineficiências nos sistemas de saúde que quando combinadas agravam o problema. De uma forma geral pode-se dizer que na grande maioria dos países, em especial nos Estados Unidos, a demanda têm tido um crescimento muito mais acelerado do que a capacidade de provê-los.

Gazeta Mercantil - O governo brasileiro está querendo criar novamente um imposto só para bancar o sistema de saúde. O que pode ser modificado no sistema antes que os brasileiros paguem mais esta conta?
Acreditamos que a transparência nos custos de saúde é fundamental para aumentar a eficiência. Se observarmos a indústria de bilhetes aéreos, por exemplo, a introdução de serviços on-line como Orbitz, Expedia e outros estimulou a competição e possibilitou aos consumidores escolher e comparar preços entre fornecedores. Nossa visão é que em um futuro próximo consumidores terão mais e melhores informações para tomar decisões em saúde.

Gazeta Mercantil - Qual é o melhor sistema de saúde do mundo? E o que pressupõe ser um bom ecossistema de saúde? O que o Brasil deve aproveitar de bom e o que evitar?
Há mais de 190 países no mundo e, ainda que possamos mencionar alguns que obtiveram um progresso maior em determinadas áreas (por exemplo, Cingapura, Inglaterra e Dinamarca), nenhum está em posição de tornar-se um exemplo em todos os aspectos na área de saúde.

Gazeta Mercantil - Dentro do sistema, qual é a maior resistência à disseminação de informações? Por que o setor não acompanhou a revolução em outras áreas com a internet?
O maior impedimento hoje deve-se ao fato de que a grande maioria dos países ainda não possui uma infra-estrutura de TI adequada para acomodar os requerimentos de segurança, privacidade, escala e desempenho para manter registros de saúde eletrônicos da população. No entanto, isto irá mudar dramaticamente nos próximos anos. O Canadá, por exemplo, trabalha com empresas, no setor público e no privado, para acelerar o uso de informações eletrônicas em todas as províncias.

Gazeta Mercantil - É possível calcular quanto a informatização reduzirá os custos dos sistemas de saúde?
Há várias formas de se efetuar este cálculo - porém de qualquer ângulo está claro que as economias obtidas por ganhos de eficiência, combinados com o acréscimo de qualidade (que resultam também em redução de índices como mortalidade e tempo médio de internação/espera para ser atendido) serão responsáveis por economias astronômicas para governos, hospitais, seguradoras, médicos, farmácias, e promoverão mais qualidade de vida para nós, indivíduos.

Gazeta Mercantil - Quanto a Microsoft investiu em saúde? Como a empresa pretende ganhar dinheiro com o setor?
Desde a criação da área Health Solutions Group em 2005, fizemos duas grandes aquisições: em 2006, compramos o [sistema] Unified Health Enterprise Platform, e em 2007 a Medstory Health Search [agora parte do Live Search, oferta de internet]. Também estamos fazendo investimentos, como, por exemplo, US$ 4,5 milhões para financiar empreendedores com idéias para aplicações, a fim de melhorar a qualidade do sistema de saúde americano. No nosso modelo de negócios nos Estados Unidos, a receita provém de propaganda gerada pelo Live Search para saúde. Em outros países, estamos analisando diversos novos modelos.